No dia 26/07, após estar em Registro (SP), me desloquei para o Rio de Janeiro no intuito de participar de mais um Festival Promessas da Rede Globo de Televisão focado na música gospel.
O festival deste ano aconteceu na pequena cidade de Itaguá (RJ). Você está surpreso? Eu também.
No meu deslocamento, no fundo havia uma dúvida se realmente o evento aconteceria, pois pouco se viu na mídia e, com uma busca bastante interessada, se descobria na internet algumas notícias sobre o evento.
Só acreditei quando cheguei no evento. O evento era o de sempre, porém alguns pontos precisam ser destacados:
1o. Por que a mídia teve um enfoque discreto sobre o evento?
2o. Por que escolher uma cidade tão pequena, distante do Rio de Janeiro? Os eventos anteriores sempre foram realizados nas grandes capitais e em locais de destaque.
Diante disso, várias perguntas ficaram no ar:
Por que o evento era patrocinado pela prefeitura da pequena cidade?
Outra questão é: por que, diante de um ano eleitoral, um só político participava do evento, e só propaganda desse mesmo político era distribuída no evento?
Talvez a resposta para todas essas questões estivesse no pequeno público que compareceu ao evento, num dia frio, com garoa. Para nós do MEEB, foi o mesmo do mesmo, mas essa questão de um evento patrocinado por uma prefeitura e com um único político tendo acesso nos chamou bastante a atenção.
Era nítido que o Festival Promessas era apenas um pretexto para a propaganda política e para a exploração dos fiéis pelo referido candidato. Talvez as repostas para tudo isso estejam em que esse candidato para o governo do RJ também é evangélico e tem uma ligação fortíssima com o principal “negociador” das relações entre evangélicos e a Rede Globo.
Se você acompanha esse blog, você sabe que não gosto de fazer segredos das peripécias de alguns líderes do meio evangélico. Então aqui vão os nomes: o candidato é o Antony Garotinho, e o vulgo “negociador” é o sr. Silas Malafaia.
Nós do MEEB estivemos lá como sempre, estendendo nossas faixas e distribuindo nossos folhetos na intenção de despertar a consciência de muitos. O resultado também foi o de sempre: uma boa receptividade, muitos vieram dialogar conosco e ouvimos de várias pessoas a afirmação de que não caem mais nas armadilhas dos senhores citados acima.
Confesso que, apesar de tudo, me alegrei, pois é perceptível que muitos evangélicos estão tendo seus olhos abertos para as verdades, e isso tem gerado uma consciência crítica, longe do medo imposto por essas e outras lideranças. No Brasil, a verdade e a ética parecem ser uma contravenção, um erro, pois criticar após avaliar ideias e valores traz ira a muitos líderes. O que temos visto é que, apesar de poucos, muitos estão tendo a coragem de confrontar os discursos e práticas de algumas lideranças à luz do texto bíblico.
Uma senhora me perguntou: “Paulo, qual a bíblia boa para confrontar esses falsos profetas?”
Apesar do $how, do entretenimento, muitos confessaram estar lá para averiguar a realidade do evento.
Novamente a música, que deveria ser utilizada para louvar a Deus em espaço cúltico foi transformada em uma fonte de negócio$, lucro$ e idealização de projetos puramente humanos.
E o povo, massa de manobra como sempre.
Triste, mas fico na esperança dos poucos que nos abordaram, enaltecendo nosso trabalho e demonstrando que seus olhos estão bem abertos para a realidade do contexto evangélico.
A Deus toda a glória.
Paulo Siqueira