Dia 31 de Maio estaremos na Marcha POLÍTICA para Jesus em São Paulo

aad3Não, você não leu errado: Marcha POLÍTICA para Jesus em São Paulo, evento patenteado e organizado pelos líderes da Igreja Evangélica Renascer em Cristo, do Apóstolo (?) Estevam Hernandes e sua esposa Bispa (?) Sônia Hernandes. E provaremos, neste artigo, que de Jesus essa marcha só tem o nome (pois os objetivos são POLÍTICOS).

Voltemos um ano no tempo. Feriado católico de Corpus Christi, tendo como evento de maior proeminência a Marcha para Jesus. Em todas as edições, essa Marcha tem participações especiais de grandes autoridades, como o Governador do Estado, o Prefeito e Vereadores e Deputados aliados aos líderes “apostólicos”. Porém, na edição de 2017, por conta do forte rebuliço em torno de denúncias de corrupção por autoridades, Geraldo Alckmin e João Dória não compareceram (sendo o governador citado na delação da Odebrecht com a alcunha de “santo”, fato que está, ou estava, sendo investigado).

14jul2012---marcha-para-jesus-realizada-em-sao-paulo-1342291590213_956x500O Apóstolo (?) Estevam Hernandes ficou chateadinho com a ausência das maiores autoridades do Estado em SUA marcha. Conforme noticiado no jornal Folha de São Paulo, o Apóstolo (?) Hernandes disse que o Governador Alckmin não julgava a Marcha importante, pois se a julgasse estaria lá. Disse também que não entendia porque o Governador não tinha ido. Que dó. Mas sobre o Prefeito João Dória, disse entender que ele tinha viajado para o exterior.

[um adendo: recomendo muitíssimo que você leia a íntegra da reportagem da Folha clicando aqui – abrirá em outra janela]

Esforçando-me para ter toda a empatia possível, entendo a decepção do Apóstolo (?). É muito triste fazer um grande evento e a pessoa mais importante não estar lá. E nem estou falando de Jesus, pois esse só dá nome ao evento, é apenas marketing. Estou falando mesmo é da ausência do Governador do Estado de São Paulo, já que a Marcha tem conotação POLÍTICA.

marchaMat1-eEnfim, o Apóstolo (?) ficou “de mal” com o Governador. Mas um precisa do outro. O Apóstolo (?) precisa do Governador para viabilizar seus sonhos de grandeza e poder para si e sua denominação religiosa, e o Governador precisa de cada voto dos milhares de seguidores e fiéis do Apóstolo (?). Uma mão lava a outra e juntas enxugam o rosto.

Assim, esse “mal-estar” político-religioso precisava se resolver logo. Apenas “pedir desculpas” não ajudaria muito, pois o Apóstolo (?) sentiu a ausência do Governador em SUA marcha como uma grande desfeita. Imaginem como o Apóstolo (?) ficou em relação a outros líderes estelionatários gospel! O que devem ter rido dele pelas costas…

Para desfazer o “mal-estar”, o Governador teve que presentear o Apóstolo (?). E, conhecendo-o, escolheu um presente que serviu direitinho – para o seu grande ego gospel. No dia 16 de outubro de 2017, cerca de 4 meses após sua ausência na Marcha, promulgou a Lei 16.547, que institui o dia 12 de Março como o Dia da Igreja Renascer em Cristo (lembrando que esse projeto de lei estava parado desde 2016).

[outro adendo: tão bom saber que o Estado de São Paulo está em ótima situação, a ponto do Governador perder tempo promulgando essa tão importante data comemorativa!]

600-doria-renascerComo neste ano teremos eleições (e Alckmin concorre a Presidente ou mesmo ao Senado), alguém duvida que, desta vez, ele aparecerá na Marcha? E não só ele, mas também o candidato ao Governo do Estado João Dória, e todos os demais que queiram uma parte dos votos dos marchadores (candidatos a deputados, senadores, presidente – talvez o candidato da IURD Flávio Rocha –  e o que mais for)?

O Apóstolo (?) Estevam Hernandes deu seu recado na última Marcha: fica magoadinho com político que não o apoia abertamente, desfilando seu ar da graça nos trios-elétricos ou no palco do show da Marcha para Jesus. Atitude que revela toda a santidade, espiritualidade e dependência de Deus que percorre os bastidores desse evento dito – apenas dito – cristão.

Nem vou falar da questão do comércio que ronda o evento, que é gratuito mas arrecada com a venda de camisetas oficiais e tem patrocínio governamental em forma de verbas do orçamento de São Paulo. Também não vou novamente citar o comércio dos shows, na forma de cachês para as atrações, para os artistas gospel. Isso tudo já foi dito em outros artigos neste blog. No final deste artigo, deixaremos alguns links caso você tenha estômago, pois é muito triste ver no que se tornou muitas igrejas nos dias de hoje.

Mas fica a dica: se Jesus não for à Marcha não tem problema, afinal para muitos Ele é apenas uma ideia que dá muito dinheiro. O importante é que os políticos estejam lá.

043Em nossa infinita insignificância, estaremos na Marcha POLÍTICA para Jesus no dia 31 de maio, em São Paulo. Estaremos carregando faixas com dizeres bíblicos, buscando em Deus que o Espírito Santo leve alguns que as lerem a refletir sobre o que é o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo. Em Marchas anteriores já fomos chamados de fariseus pela multidão, já jogaram objetos em nós, já roubaram nossas faixas para que o público não as lesse, já tentaram encobrir as faixas formando uma parede de brutamontes na nossa frente e na última passaram os carros alegóricos com líderes gospel e políticos no outro lado da rua, para que seus ocupantes não se escandalizassem ao ler os versículos bíblicos que portávamos. Ainda assim, estaremos lá novamente, pois o que nos move é o amor a Deus e à Sua Palavra e o amor aos sinceros que lá estão e são enganados em nome do “Gizuiz” que muitos lobos pregam.

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Nos tempos bíblicos, Deus levantou “coisas loucas” para se opor aos sacerdotes que distorciam Sua Palavra. Cadê as “coisas loucas” do nosso tempo, deste tempo em que a apostasia está se espalhando em muitas igrejas em grande velocidade?

Haverá “coisas loucas” para confundir as que pensam que são alguma coisa no dia 31/05, às 10 horas em frente ao posto de gasolina na saída da estação Armênia do Metrô. Quantas, só Deus sabe, lembrando que nosso Deus, em Sua Superioridade, não trabalha com grandes números, mas com o necessário para que se saiba que não é por nossa força e poder, mas pela força e poder que vem do Alto.

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A Igreja de Cristo não precisa de carros, de cavalos, de governadores, presidentes, prefeitos, deputados, senadores e vereadores. A Igreja de Cristo precisa apenas de Cristo.

Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

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A igreja racista brasileira

Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. – Romanos 2:11

Ontem foi celebrado o Dia da Consciência Negra, repleto de protestos por conta da morte de Beto Freitas, negro, dentro das dependências de uma loja Carrefour em Porto Alegre (RS). A essa, soma-se uma série de denúncias de violência ocorridas nessa rede de hipermercados.

Mas não quero tratar do Carrefour, embora ele seja um sintoma de uma sociedade doente. Quero tratar da igreja racista brasileira.

A igreja racista brasileira, assim como os racistas brasileiros, é dissimulada e não se diz racista, ao contrário! Ela tem até membros “de cor”, dizimistas fiéis, assim como os racistas dissimulados têm seus amigos e conhecidos negros. A proximidade – com reservas e bom espaço, diga-se de passagem – com gente preta traz uma aparência de bom mocismo à igreja racista brasileira, assim como o faz com os racistas brasileiros. E assim, vive-se no Brasil uma falsa sensação de que não há racismo estrutural, apenas episódios esporádicos. E, se não há racismo estrutural, não há mal a ser combatido. E, para a alegria da igreja racista brasileira e dos racistas brasileiros, tudo continua como antes.

Como já dito, racistas costumam estar próximos de gente preta. E até se acham amigos de alguns, o que não os tornaria racistas. Mas em boa parte, esses pretos suportados são subalternos, como a moça da limpeza, o porteiro do prédio, o manobrista do restaurante da moda. Para esses, sorrisos e até alguma boa vontade, afinal são pretos mas são gente muito honesta, a quem até se pode deixar a chave do carro ou tomar um café sem medo. E da mesma forma, a igreja racista brasileira também tem seus pretos subalternos, a líder das senhoras, o líder do louvor, o obreiro que fica na porta.

Mas em casos raros, um preto é alçado a um nível próximo do racista e da igreja racista brasileira. Mas apenas se esse preto deixa de se sentir preto e passa a se sentir branco, a ser um igual. E isso significa também deixar de sentir a dor das gentes pretas das quais ele deixou de pertencer. E assim vemos pretos-não-pretos em altos escalões de igrejas racistas brasileiras, e vemos pretos-não-pretos ao lado de racistas.

Isso me trouxe à lembrança o ótimo “O Último Rei da Escócia”, (aviso de spoiler! Se não assistiu ao filme, pule para o próximo parágrafo) onde um jovem médico branco passa a ser considerado o “macaco branco” do ditador de Uganda.

Mas, se racistas e a igreja racista brasileira vivem de certa forma próximos à gente preta, como reconhecê-los?

A característica maior que une os racistas dissimulados (tanto a igreja quanto os indivíduos) é o desmerecimento de tudo o que diga respeito ao povo preto. O grau de empatia é zero: não querem acreditar que um preto tenha sido seguido no shopping por seguranças por ser preto, e que uma preta não tenha conseguido aquela vaga para a qual tinha o melhor currículo por não ter “boa aparência”. Para os racistas dissimulados, tudo é frescura, é coisa de “nutella”, é “mimimi”. Claro, nunca serão seguidos no shopping, nunca serão considerados menos bonitos, seus cabelos não são considerados “ruins”, suas aparências não trazem suspeitas.

Agora, falando mais especificamente da igreja racista brasileira, como ela não tem empatia pelo povo preto, apenas pelo bolso e mão-de-obra gratuita que esse povo pode lhe proporcionar, seu sofrimento não lhe causa nada. E por isso, a igreja racista brasileira apoia sem a menor dor na consciência falas como as seguintes:

Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco [de um dos filhos se apaixonar por uma mulher negra] e meus filhos foram muito bem educados, e não viveram em ambientes como, lamentavelmente, é o teu”.

“Fui num quilombola (sic) em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava 7 arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem pra procriador ele serve mais”.

“Vem cá, minha sombra!”

“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”.

A igreja racista brasileira é a versão light da Ku Klux Klan. Hoje, não queima pretos como sua correlata americana, mas os cala, os intimida, os aprisiona no sistema do “não toqueis no ungido do senhor” e no “pecado de rebeldia”. Demoniza sua cultura, suas crenças, suas danças, sua história. Aos pretos que lhe servem, basta abaixar a cabeça e repetir o mesmo discurso do seu (im)pastor: tudo isso é mimimi e vamos continuar apoiando quem deus colocou lá para abençoar a nação.

Mesmo que às custas de injustiça. Mesmo que às custas da omissão diante das violências verbais, físicas, econômicas e sociais. Mesmo que às custas da falta de empatia. Mesmo que às custas do esfriamento do amor.

O racismo cometido dissimuladamente contra a gente negra é só uma das facetas da igreja racista brasileira. Ela é também omissa e inimiga dos homossexuais, dos miseráveis, dos que se posicionam contra as injustiças, de qualquer um que possa, de alguma forma, ameaçar seu império na terra – pois nos Céus não possui nenhuma morada.

A igreja racista brasileira, ao contrário de Deus, faz e perpetua a acepção de pessoas. Tudo em nome de um projeto de poder político terreno (aliás, a única coisa que lhe é possível).

Mas os injustiçados têm seu lugar junto ao Pai. E ai do clamor de Justiça deles!!!

Não se compraza com a injustiça. Não se omita. Não se acovarde. Os tesouros que os políticos deste mundo podem lhe proporcionar nada são diante daquilo que o Pai preparou para os seus.

Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

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Os dois senhores

Há alguns dias fui indagado por um amigo do porquê do meu silêncio nas redes sociais, apesar de tudo que está acontecendo. Levei dias para conseguir responder: confesso que estou em estado de angústia por tudo que tenho visto e ouvido.
Estamos vivendo dias históricos, uma mistura de escatologia e apocalíptica aos nossos olhos. A pandemia não é o centro da minha angústia, mas os resultados dela sim. A Covid-19 está prestando um serviço bastante útil ao Brasil: ela está desmascarando os sistemas vigentes, sejam eles político, religioso, econômico, ideológico, social, etc.
Porém, viver tudo isso não é fácil quando vemos ditos “pastores” e ditos “cristãos” renunciando valores perpétuos pela historia do cristianismo, tudo em nome de uma ideologia política. Parece que tudo se resume aos valores puramente monetários, e nisso está todo o foco. Já vivíamos uma crise séria muito antes da pandemia, porém, como disse acima, agora tudo foi potencializado: muitos perderam a identidade cristã e vivem uma fé puramente institucionalizada, ou seja, a igreja brasileira está focada no funcionalismo e na prestação de serviços. Ou seja, não há consciência de “diaconia” e sim uma constância na obrigação de fazer.
Em muitos segmentos, os líderes dizem como fazer e quanto custa para se alcançar os resultados, e o povo paga e executa. Sem referencial bíblico, sem fundamentação teológica ou histórica. E isso vai de um simples conselho familiar à indicação de votos em partidos e políticos. Essa perda de identidade faz com que tudo se torne repetitivo, emocional, supérfluo e sem profundidade. Essa crise revelou o que muitos estudiosos já sabiam: a igreja brasileira vive uma crise existencial, emocional e por isso não amadurece.
Vive como crianças que mamam e por isso não crescem (digo sempre que muitas não querem crescer). Para muitos líderes evangélicos, a igreja precisa estar no poder para poder executar a tarefa da evangelização, e isso não é bíblico. Confesso que cansei, nos últimos 10 anos estive diante de eventos e igrejas, tentando levar consciência ao povo, porém em 2018 parte da igreja brasileira preferiu novamente Barrabás e não Cristo.
Diante disso, tenho preferido ficar no meu refúgio, buscando a Deus em oração, no sentido de que surja uma espiritualidade solidária no meio dos que se dizem cristãos. Uma solidariedade espontânea, vinda da transformação e do arrependimento refletida nas Escrituras Sagradas. Não suporto mais eu tenho isso eu faço aquilo, eu sou aquilo no meio da Igreja, somos muito mais em Cristo. Precisamos falar e refletir sobre os valores verdadeiramente cristãos. Não dá mais para irmos nos cultos aos domingos e na segunda defendermos a violência e o ódio. Se não houver em nós sede e fome de justiça, nossa fé não se fundamenta em Cristo. Se não vivermos o amor podemos até falar a língua dos anjos, porém para nada servirá. Deus não tem funcionários, Ele tem filhos que o servem em amor.
Cansei da igreja puramente institucional, cansei dos profissionais da fé que permanecem na igreja só para usufruir dela. Cansei dos crentes que resumem sua fé e espiritualidade aos domingos de culto. Cansei de crentes que não amam, e vivem a plantar o ódio. Cansei de crentes que não imitam a Cristo em nada, ao contrario só refletem a repugnância dos seus líderes e ministérios.
Simplesmente cansei!!!
Eu creio e quero ir para o céu e se eu não me apartar de tudo isso que estamos vendo e vivendo, não vai ter jeito.
Quero viver uma fé genuína, quero depender de Deus em tudo, eu quero o evangelho puro e simples de Jesus.
Só isso!!!
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Quem é o Deus do seu coração?

a-vontade-de-deus-e-o-meu-coracaoNão andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças;
e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.

Filipenses 4:6,7

 

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

Mateus 6:19-21

 

Essa semana algo chamou a atenção de todo o mundo: foi o fato de segundo filho de Lady Diana, Harry, e sua esposa Meghan terem renunciado à vida na realeza da Inglaterra.

Em dias de teologias da prosperidade, da semente, do determinismo, dos coachings, onde basta uma palavra ou uma ação e tudo será transformado, onde o que importa é a capacidade de poder consumir, onde o poder do ter se sobressai sobre o ser, ver alguém renunciando a tudo isso por uma vida mais simples e comunitária é de chamar a atenção.

Onde ser feliz se fundamenta no poder de ter, a atitude desse casal traz exemplos para todos nós. Refletindo sobre a atitude deles e o Reino de Deus me veio este artigo.

  • Nosso maior tesouro é a liberdade.

Para muitos a vida em um palácio é cercada de glamour, riquezas, confortos. Porém não é verdade, não é a primeira vez que alguém renuncia a vida na realeza, a própria Lady Diana renunciou a tudo pois se sentia em uma prisão. Harry e Meghan não suportam os inúmeros protocolos e querem uma vida de liberdade.

 

A Bíblia nos descreve em João 6 o diálogo de Jesus com os religiosos da sua época. Eles se diziam livres, porém Jesus lhes disse:

Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.

João 8:36

Eles ficaram confusos e disseram: do que nós havemos de ser livres?

Essa é a pergunta de muitos nos dias atuais. Mesmo em um palácio podemos ser infelizes. O viver não se resume aos bens materiais ou aos prazeres do mundo, é preciso estar atento às verdadeiras necessidades da vida. Há muitas prisões invisíveis. Segundo os tabloides ingleses, o casal real quer viver uma vida com mais liberdade e próximo das realidades do mundo. Muitos imaginam que a vida plena está em viver num palácio, a modernidade nos leva a pensar assim. Se eu conseguir ser rico, famoso, serei realmente feliz. Esta afirmação não é real, pois necessitamos de consciência da vida. Vivemos dias onde a ideia do ter e possuir ultrapassa os limites da realidade. Somos estimulados diariamente a satisfazer nossos desejos. Não há tempo para pensar e refletir sobre nós mesmos. Tudo é consumo, porém as verdadeiras riquezas estão sendo consumidas: o tempo, a paciência, a paz, o tempo em família, a capacidade de realizar nossos sonhos. A vida em si está se perdendo. Quantos jovens sucumbiram diante dessa busca contínua de satisfazer seus desejos? Isso é uma armadilha, pois nosso Eu interior é insaciável. A ideia de sermos humildes sucumbiu com a pressão de que precisamos de coisas para sermos realmente felizes.

A Bíblia nos diz:

Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

Romanos 14:17

2- A alegria de espírito não se encontra a venda em um mercado. Ela só é disponível pela fé em Deus.

Para muitos, só há felicidade se houver capacidade para o consumo.

O escritor Gilles Lipoversky, em seu livro A felicidade paradoxal, diz:

“O cenário da felicidade atual vem da modernidade formada na segunda metade do século XX. Ele a chama de ‘civilização do desejo’ do ‘hiperconsumo, mercantilização dos modos de vida, exacerbação do gosto pelas novidades’.

O novo cogito diz: ‘Compro, logo existo’. Se antes se tratava de consumir para exibir posição social, agora se busca, no imediatismo dos prazeres, maior bem-estar, mais qualidade de vida por meio de um consumo intimizado, emocional, voltado para satisfações privadas. No entanto, não estamos no melhor dos mundos. Bem ao contrário, as críticas que se fazem à sociedade de hiperconsumo são inúmeras: perda do sentido propriamente humano do sujeito reduzido a comprador, degradação do meio ambiente, disseminação da pobreza na economia globalizada, entre outros males. Na sociedade de hiperconsumo, a felicidade é paradoxal. De um lado, estão dadas as condições para que as aspirações individuais sejam satisfeitas pelo mercado, de outro lado, também estão postos os obstáculos que se contrapõem à postura hedonista do indivíduo contemporâneo. O hiperconsumidor tem acesso ao ter, mas aspira a ser; os mais diversos prazeres sensoriais estão ao seu alcance, mas é preciso preservar a vida. As pressões da vida coletiva colocam o sujeito diante da árdua exigência de ser o único responsável por seu êxito ou seu fracasso, com seu cortejo de medos, ansiedades e frustações. O turboconsumidor individualista, flexível, hedonista, liberto das antigas culturas de classe está muito mais em busca de satisfações emocionais imediatas que de demonstrações de condição social. O espírito de consumo infiltra-se nas relações do consumidor com a família, com o trabalho, com a religião, com a política, com o lazer. Vivemos numa espécie de império do consumo em tempo integral, servido por um mercado diversificado que, a uma só vez, satisfaz e incentiva a ilimitada aspiração a novos prazeres. Porém este tipo de felicidade resulta em um tipo de felicidade que traz muitas feridas. Muitos são os indivíduos contemporâneos que atingiram tal grau de desamparo, pois os tornou os únicos responsáveis pelo seu êxito ou seu fracasso, estando assim constantemente sujeito a medos ansiedades e frustações. Pois este é o dilema que enredam os indivíduos dos tempos hipermodernos. Eles precisam mostrar-se sempre felizes, pois a admissão do malogro seria acompanhada por uma miséria interior difícil de suportar. E como não sentir certo pudor de declarar-se infeliz diante das misérias do mundo?

Afinal, a felicidade, que para os Modernos seria inevitavelmente alcançada com o progresso das ciências e das técnicas, parece revelar-se um enigma, algo que está sempre fora de alcance e que talvez dependa daquilo que não se compra”.

riqueza

Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo Evangelho, a salvará.
Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma?
Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.

Marcos 8:35-38

A prova de que bens materiais não são significativos no Reino de Deus é o fato de Deus estar sempre ao lado dos mais necessitados. O apóstolo Paulo se refere da orientação que recebeu de Pedro para seu ministério:

E nos recomendaram apenas que não nos esquecêssemos dos pobres, o que também tenho me esforçado por fazer”.   Gálatas 2.10

Em muitos lugares do mundo a extrema miséria não impede de muitos viverem a vontade de Deus. Não é o que temos que nos apresenta diante de Deus mais sim o que realmente somos.

Muitos estão caindo nas armadilhas do deus deste mundo. Em busca da “felicidade material” muitos estão sendo engolidos pela ganância, tornando-se arrogantes e soberbos. A Bíblia nos diz que Deus resiste aos soberbos.

A ganância produz o espírito da vaidade, que endurece os corações cegando a muitos para não verem a realidade do mundo.

A vaidade e a ganância são males que abrem as portas para todos os demais males da alma: a soberba, o egoísmo, a avareza, a gula, a lascívia, a violência. Muitos hoje estão presos no hedonismo e na excentricidade, se tornando seres humanos sem conexão com a realidade.

Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus. Mateus 5.3

A simplicidade e pureza de  Jesus era seus maior testemunho que Ele e o Pai eram um.

Jesus não sucumbiu aos tesouros e poderes deste mundo. Mesmo sendo tentado em Seus mais ínfimos desejos como homem pelo diabo, não se entregou.

Mesmo sendo crucificado como um malfeitor, não fugiu da Sua essência.

Mesmo abandonado pelo Pai na cruz, cumpriu Seu propósito.

Mesmo na morte, foi vencedor e se deu pelo mundo.

Mesmo com todos esses ensinamentos de Jesus, vemos hoje ditos “apóstolos” ignorando e vivendo de forma nababesca. Não vemos na Bíblia referências de que homens de Deus devam se tornar milionários por servir a Deus.

A igreja de Atos nos ensina que a maior essência da igreja e dos cristãos:

– é o desapego material;

– a luta por igualdade e justiça;

– a equidade pelos que sofrem.

O verdadeiro testemunho da igreja é mostrar ao mundo que não somos donos de nada, pois tudo pertence a Deus.

Os evangélicos brasileiros precisam rever seus valores, suas essências e sua identidade.

Somos imitadores de Cristo em tudo, inclusive na Sua humildade. O Filho de Deus não tinha onde reclinar a cabeça, pois nada deste mundo Lhe seduzia.

Devemos voltar a perseverar na doutrina dos verdadeiros apóstolos, (sim aqueles que têm seus nomes escritos na cidade celestial), não esses que vemos expondo suas riquezas na TV.

O mundo só muda se a igreja e os cristãos forem sal e luz. Sal para salgar (transformar o gosto) e luz para vencer (extinguir) as trevas.

E ser sal e luz só tem sentido se assumirmos nossa missão de servir uns aos outros. Muitos se esquecem de que fomos chamados a servir o serviço em prol da existência. Quem entender isso terá descoberto o verdadeiro sentido da felicidade segundo os ensinamentos bíblicos, pois segundo Mateus 5, só chegaremos às bem-aventuranças se nos unirmos às verdadeiras necessidades do próximo. Por isso, os bem-aventurados são aqueles que adquirem a capacidade de servir a Deus. O caráter cristão é a marca da igreja no mundo, se isso não for mudado logo a igreja será mera espectadora do cotidiano. Precisamos de Cristão com caráter de Cristo, que viva sua palavra.

Que possamos buscar em Deus a capacidade para a renúncia diária de todos os prazeres deste mundo, sabendo que isso só é possível pela fé.

“Não sonho como uma igreja perfeita, mas sonho com uma igreja bíblica, que imita a Cristo em tudo. No viver e até no morrer”.

E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.

Lucas 9:23

A Deus toda glória.

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Para que serve a espiritualidade

“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” – João 3:6

“Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” – 1 Pedro 1:16

Espírito Santo

Recentemente, recebi no meu Facebook dois vídeos bastante intrigantes. Em um deles, uma senhora estava no louvor e durante a ministração cita um palavrão. No outro, um pregador enquanto prega também cita vários palavrões e logo depois “fala em línguas”, chamando todos à espiritualidade.

São dois vídeos e confesso que não fiz uma pesquisa para descobrir outros. Porém, acredito que fatos como esses acontecem em muitos púlpitos. Anos atrás, uma empregada doméstica que prestava serviços na casa de um telepastor denunciou o tom das brigas do casal onde trabalhava. Há também diversas denúncias, onde alguns pastores também relatam os bastidores de muitas reuniões “pastorais”. Ou seja, a tecnologia colocou às claras os bastidores do universo dito “evangélico”.

Evangélico é um termo que se refere àqueles ou àquelas que seguem os Evangelhos, dando referência aos quatro primeiros livros do Novo Testamento da Bíblia Sagrada, o livro de referência para todos que se dizem seguidores e imitadores do Cristo. A esses, a Bíblia não chama de evangélicos, mas sim de cristãos. O termo evangélico é um termo utilizado no Brasil para determinar o diferencial entre católicos e cristãos protestantes, oriundos das igrejas históricas. Foi inicialmente utilizado para referenciar os primeiros pentecostais, porém hoje é praticamente impossível definirmos o alcance do termo, já que, com o surgimento do neopentecostalismo, as definições se tornam bastante difíceis.

Diante dessas transformações, eu pergunto: para que serve a espiritualidade diante de evolução tecnológica, onde tudo é possível ser criado e copiado? Onde até mesmo o Evangelho é recriado com novos valores e verdadeiras fórmulas de felicidade, prosperidade, saúde?

Estamos vendo esse outro Evangelho, criado por esses novos sistemas, criando seres egocêntricos, individualistas, porém enraizados dentro dos sistemas institucionalizados que muitos ainda chamam de igrejas evangélicas.

Eu digo sempre que o trabalho da igreja é produzir espiritualidade, porém tem que ser bíblica. A espiritualidade nos conecta a Deus e nos ajuda a ter Sua percepção e forma no cotidiano. E isso não é uma tarefa fácil, pois, como diz Paulo, nossa carne pecadora milita continuamente com nosso Espírito.

O texto de início traz essa referência. O próprio Jesus disse que nos é preciso nascer do Espírito. E esse nascer do Espírito exige de nós uma vivência também no Espírito.

Para muitos, a única referência de espiritualidade é a igreja institucional, mas em muitos contextos a igreja é unicamente uma casa de interesses. E o que muitos chamam de espiritualidade nada mais é do que produtos a serem explorados em nome de uma espiritualidade.

Só há um sentido em ir em uma igreja: é a busca pela espiritualidade. E essa espiritualidade não pode ser líquida, não pode escorrer entre os nossos dedos. Ela só tem sentido se for sólida e palpável.

Se não há espiritualidade, a igreja perde sua essência e se torna um simples clube. Uma verdadeira espiritualidade sempre nos conduz à esperança, uma esperança que nos faz melhores.

Digo sempre que é impossível crer em Deus sem que essa crença produza em nós o desejo de sermos melhores. Isso só é possível se andarmos no Espírito como Cristo andou. E se andarmos no Espírito, o Apóstolo Paulo nos afirma em Gálatas 5:23 que teremos em nós os frutos do Espírito, afinal somos templo do Espírito.

Em posse desses frutos, seremos capacitados na prática do perdão, do amor e da esperança.

Com tantos ditos “evangélicos” no Brasil, acredito que se a espiritualidade fosse a essência de muitas igrejas, nós teríamos um país cheio dos frutos do Espírito.

Estamos vivendo um grande mal, que impede a igreja de ser espiritual. Tenho acompanhado isso em todos os cantos do país. Esse grande mal é o profissionalismo da fé.  São pregadores, cantores, músicos, professores, escolas, faculdades, seminários, enfim… Esse profissionalismo tem produzido livros, músicas, mas o grande mal está no fato de que esses profissionais produzem dogmas, falsas verdades, costumes, transformando, em muitos redutos, grandes mentiras em grandes verdades.

malacheia

Esses profissionais não produzem espiritualidade, pois a essência de seus atos não está em testemunhar os Evangelhos e produzir imitadores de Cristo, fazendo com que os que o ouvem não passem pelo desejo de transformação e novo nascimento que só o Espírito Santo pode produzir nos seres humanos. Os frutos do Espírito só estão disponíveis àqueles que nascerem de novo e buscarem continuamente uma vida no Espírito.

Tenho visto pregadores criando “modinhas”, com frases de efeito, com slogans, com logotipos, tudo em nome do sucesso pessoal e ministerial. Porém, isso é facilmente refletido nos frutos da carne, que Paulo fala em Gálatas 5: 19-21.

O que muitos não se apercebem é que viver embaixo de uma fé profissional os coloca no risco de uma alienação espiritual. Muitos já estão assim. Por isso, estamos vendo, a cada dia mais, os muitos ditos evangélicos vivendo tão longe dos ensinamentos de Cristo. São ditos evangélicos que defendem o aborto, a tortura, a violência, a matança, que não perdoam, que não amam, que não respeitam as autoridades nem os país, que vivem muitas vezes, muito pior do que pessoas desprovidas de qualquer religiosidade.

Tenho visto muitos ditos evangélicos rancorosos, vingativos, irados, ascorosos, pessoas de difícil convívio, ou seja, pessoas que só o texto de 2 Timóteo 3 pode definir.

Quer ver um exemplo disso? Tente dialogar com muitos ditos evangélicos sobre direitos humanos. É dessa alienação que estou falando.

É preciso entender que a espiritualidade vai além das emoções, a espiritualidade nos dá consciência e capacita-nos ao amadurecimento e crescimento espiritual. A falta de espiritualidade faz da igreja brasileira e seus líderes e membros em muitos redutos uma igreja imatura, infantilizada. Quando digo isso, estou falando diante de uma vivência, acompanhando e vendo o que tem acontecido em muitos cantos.

Isso já acontecia desde os dias de Paulo em Corinto e em outros cantos. Suas cartas pastorais foram escritas no sentido de que as futuras gerações aprendessem com as primeiras igrejas. É lamentável que, para muitos, os textos de Paulo só sirvam para justificar regras, normas e dogmas. Cito isso como no uso dos textos paulinos para justificar a criação do cargo de apóstolo nos dias atuais.

Com tudo isso, a espiritualidade tem ficado em segundo plano. Para muitos, ela nem sequer existe e quando é falada não tem sentido.

espiritualidade

A espiritualidade é aquilo que dá sentido à nossa fé. E nos abre caminho na direção de Deus, pois ela é refletida na Palavra de Deus.

Que possamos buscar a espiritualidade bíblica, fugir dos profissionais da fé e que nossa espiritualidade seja perceptível por todos que nos rodeiam. Só assim Deus também será percebido no nosso mundo.

A DEUS toda a honra e toda a glória.

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Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade

solnascendo“Venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.” – Mateus 6:10

Mais um ano se inicia, muitas são as expectativas e muitos os planos. Para alguns, serão planos novos. Para outros, a conclusão de planos antigos ou em andamento.

Em meio a tudo isso, temos nossa vida cotidiana acontecendo, não importa o que aconteça, pois o outro dia sempre irá nascer.

Nosso último ano não foi um ano fácil, quando falamos no sentido de fé, liberdade e justiça. Em muitos casos, só tivemos a fé como expectativa. Quando digo isso, estou falando em análise à nossa realidade brasileira.

O que dizer aos pais e mães que perderam seus filhos, vítimas de uma violência a cada dia mais crescente? O que diremos aos milhões de desempregados, que continuamente procuram um emprego dia após dia sem sucesso? E aos milhares de desempregados que se tornaram desalentados, pois desistiram da esperança de encontrar?

Vivemos em um país onde, há muito tempo, a fé se tornou um produto que enriquece a muitos. Fé, que é produto no mercado político, onde muitos alcançam o poder em nome da fé.

O título dessa mensagem vem de uma frase da oração do Pai Nosso, no Evangelho de Mateus. Quando o Senhor ensinou Seus discípulos a orar, Ele usa da oração do Pai Nosso. Hoje, após milhares de anos analisando a história, podemos entender os porquês de cada estrofe.

No capítulo 8 de João, temos um longo debate entre Jesus e os religiosos da época. Fica evidente que os religiosos não tinham nenhuma perspectiva de que Jesus fosse o Messias tão esperado. Na conversa, Jesus cita que eles analisassem o fato de que Ele era o Messias pelo menos pelos sinais que operava em nome do Pai. Porém, é percebível que não havia interesse algum neles nesse propósito, pois para os religiosos o Messias seria um sujeito político-religioso. Nesse sentido, não havia em Jesus nenhum desses propósitos.

Jesus tinha por missão trazer o Reino de Deus à terra, e isso não tinha por propósito uma relação política, partidária ou religiosa.

Quando Jesus ensinou os discípulos a orar “venha a nós o Teu Reino”, isso implica que nós, os Seus discípulos ou Seus imitadores (eu gosto mais dessa expressão) deveríamos ter por missão a busca contínua por esse Reino, Reino esse onde prevalece a Sua vontade e não a nossa.

Nosso mundo atual não está focado nessa busca. Digo sempre que há muitos reinos em nome de Deus, porém o verdadeiro Reino de Deus é onde todos os que dele participam vivem a busca contínua de exercer a vontade do Rei. E isso não é uma escravidão. É difícil dizer isso, mas é a mais perfeita liberdade, pois só é possível servir a Deus na sua íntegra sendo livre e tendo consciência da Verdade.

Em João 8:36, Jesus diz aos religiosos: “se o Filhos vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. E Lhe perguntaram: “de que havemos nós de sermos livres?” Eles não entendiam essa liberdade da qual Jesus falava. Essa liberdade estava manifesta no ato de pertencerem ao Reino de Deus.

Jesus sabia o quão difícil e severo era o sistema imposto pelo regime religioso e pela lei. Jesus sabia que esses homens, além de serem cativos pelo Império Romano, também viviam uma verdadeira escravidão sobre o peso da lei. E isso os impedia de enxergarem as Verdades do Reino de Deus.

Por isso Ele afirmou em João 8:32: “conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. E é nesse sentido que Jesus nos ensinou a orar para que venha a nós o Reino de Deus.

O Reino de Deus, em hipótese alguma, se envolve com a mentira ou com os tesouros desta terra, pois o Reino de Deus é a suprema Verdade.

Para muitos, a Igreja é o Reino de Deus. E isso não é verdade. O Reino de Deus é e sempre será um reino onde Deus e Sua vontade são perpétuos.

E aí perguntamos: e a igreja?

A Igreja é a comunhão dos santos, a assembleia daqueles que comungam o sacrifício de Cristo na cruz, é a união de todos aqueles e aquelas que vivem os ensinamentos de Cristo na prática do dia-a-dia.

A Igreja, na sua essência, é um lugar santo porque o Espírito Santo de Deus habita, habitando aqueles que ali estão. Porém, é preciso entender que por ser uma instituição humana, ela está fadada aos desejos e falhas humanas. Por isso a Igreja não é o Reino de Deus. No Reino de Deus não há pecado.

Recentemente, tivemos no Brasil um filme publicado por um grupo de humoristas, cujo enredo focava num Cristo gay. Houve uma grande controversa e muitos “defensores” de Cristo apareceram. Para muitos foi um crime, para muitos uma blasfêmia e para os “defensores” algo que não pode deixar passar. A esses eu trago alguns esclarecimentos.

Jesus crucificado com o bom e o mau ladrão.De acordo com as narrativas dos Evangelhos, o próprio Jesus profetizou que seria zombado (Mateus 20:19, Marcos 10:34 e Lucas 18:32). Para alguns estudiosos, isso ocorreu em três estágios: o primeiro imediatamente depois do Seu julgamento, o segundo logo depois de Sua condenação por Pôncio Pilatos e finalmente quando já estava na cruz.

Em Mateus 26:67, Jesus é cuspido e esbofeteado pelos sacerdotes. Ou seja, muitos desses que se doeram pelo dito filme não entenderam o que é o Reino de Deus.

Em João 18:36 temos a resposta de Jesus a Pilatos: “o Meu Reino não é deste mundo; se o Meu Reino fosse deste mundo, pelejariam os Meus servos para que Eu não fosse entregue aos judeus, mas agora o Meu Reino não é daqui”. Logo, vemos aqui que Jesus não precisa de defensores.

Lamentavelmente, os personagens de sempre tentam usar mais esse fato para se manterem sob os holofotes da mídia, no propósito de se projetarem nessa contínua busca pelo poder e satisfação dos seus desejos e vaidades.

Quem busca o Reino de Deus primeiramente tem consciência de que as coisas de Deus não se fundamentam neste mundo. Segundo, não estamos aqui em definitivo, esse mundo é passageiro, nossa verdadeira morada Cristo foi nos preparar. Terceiro: o Reino de Deus só vem a nós mediante Cristo, e isso só é possível se vivermos em liberdade (por Cristo) e na Verdade (em Cristo).

Nos próximos 365 dias deste ano muita coisa pode acontecer, mas algo é perpétuo: o Reino de Deus está intacto, pois Deus reina sobre ele.

Reino de Deus

Lembremos sempre que o Reino de Deus estará sempre manifesto em todos aqueles que tiverem as palavras de Cristo em seu coração, refletidas em atos de justiça, perdão e amor. Quando não vivemos os valores deste mundo, refletimos o Reino de Deus através de nós. E nisso se fundamenta a nossa fé cristã.

Que possamos viver com consciência das coisas de Deus, contidas na Sua Palavra, e na nossa vivência neste mundo, sabendo que não importa o que aconteça, Deus é sempre conosco. E quando surgirem os zombadores ou profanadores do nome de Cristo, não se preocupe com isso, ao contrário, se preocupe com sua vida e não deixe isso lhe afastar da presença do Espírito Santo.

Gostaria de deixar um versículo final:

“Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” – 1 Pedro 4:17

Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

 

 

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É Natal! E igrejas se unem para… conseguir assinaturas para um novo partido político???

aliancapelobrasilQueria que o título deste artigo fosse diferente. Queria que as diversas denominações se unissem pela causa comum do Evangelho, de levar as Boas-Novas aos famintos e necessitados material e espiritualmente, mas não. Igrejas evangélicas não se unem, principalmente quando se trata de fazer alguma ação social, pois cada qual quer, para si, apenas para si, a honra e o reconhecimento por ter ajudado X famílias com cestas básicas ou por ajudar a manter uma instituição de caridade ou que cuida de dependentes químicos.

Ou seja, em sua maioria igrejas evangélicas só ajudam para propagandear essa ajuda e/ou para justificar, junto a seus membros, os constantes pedidos de ofertas. E enquanto isso, igrejas que realmente se preocupam com a ação social e a vêem como parte de sua missão deixam de expandir essa ajuda porque não tem quem as apoie, nem mesmo a outra igreja que fica na mesma rua ou no mesmo bairro. Afinal, para que ajudar o trabalho do outro, se podemos fazer nosso próprio trabalho e ficar com todos os louros?

Mas uma coisa tem unido muitas igrejas nesses últimos – e  profetizados – tempos: a política.

Em torno da política, igrejas históricas, pentecostais e neopentecostais têm se alinhado. Afinal, o Brasil precisa de um governo “evangélico”, que expurgue a corrupção e traga de volta os valores tradicionais. Para isso, vale tudo, até influenciar a membresia para agir conforme os interesses das lideranças.

Sim, interesses. A luta pela corrupção e a volta aos valores tradicionais é apenas a justificativa que os líderes evangélicos utilizam junto a seu público. Mas, se seus interesses não fossem ouvidos e atendidos, não haveria apoio a nenhum governo humano.

E quais são esses interesses?

Demonstraremos com algumas notícias recentes, mas não se engane, esses interesses se perpetuam há vários mandatos e promovem o apoio gospel inclusive em governos de esquerda (que hoje são demonizados, mas ontem eram ovacionados pelos evangélicos e antes de ontem eram do demo também – o discernimento evangélico muda de acordo com as circunstâncias e com os interesses, enquanto o Deus que dizem servir, Esse não muda):

Sobre esse último “interesse” é que gostaria de tratar nesse artigo mais especificamente.

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“Emissários da bancada evangélica no Congresso fizeram uma proposta chegar aos ouvidos de Jair Bolsonaro, informa a Crusoé.

Em troca de dois ministérios de peso em uma futura reforma, eles se comprometeriam a filiar à Aliança pelo Brasil pelo menos 5 milhões de pessoas.” (fonte: O Antagonista)

A filiação de pelo menos 5 milhões de evangélicos ao partido que o presidente está fundando para si não será induzida por conta da luta pela corrupção (agora em risco, com as fortes denúncias contra o filho número 01 de Bolsonaro) e nem pela defesa de valores tradicionais, mas pura e simplesmente em troca de 2 ministérios com grande importância no atual governo.

ISSO É COISA DE DEUS?

Segundo o site Folha Gospel:

“O partido de Jair Bolsonaro, Aliança pelo Brasil, vai contar com o apoio das igrejas evangélicas para coletar as 491 mil assinaturas exigidas para lançar a legenda, faltando menos de quatro meses para concorrer nas eleições municipais de 2020.

Líderes religiosos de distintas denominações estão sendo mobilizados pelo titular do Poder Executivo para legalizar o novo partido.   

Também os militares estão sendo instados a apoiar o processo de formalização da nova sigla.   

O presidente da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), bispo Robson Rodovalho disse ao jornal O Globo que Bolsonaro ‘merece essa ajuda’. 

‘Vou ajudar. Estou à disposição. A visão que o presidente (Bolsonaro) tem pelo Brasil merece esse gesto de apoiamento’, afirmou Rodovalho ao jornal O Globo.

Líder da Sara Nossa Terra, denominação com 2 milhões de fiéis em 1,2 mil templos no país, o bispo informou já ter sido procurado por um mensageiro de Bolsonaro e que uma das estratégias será atrair apoio durante os grandes eventos da igreja.

Nas igrejas, os cultos são rápidos e o ajuntamento de pessoas não é tão numeroso, com exceção de templos muito grandes. Mas, como precisa de muitas assinaturas para validar, penso que os eventos, que duram alguns dias, seriam mais proveitosos’, explicou Rodovalho. [grifo nosso]

Silas Câmara (deputado federal do Amazonas pelo Republicanos) diz que, se convocado para ajudar na criação do Aliança, vai trabalhar a favor da coleta. Silas afirmou que não vê problemas em auxiliar na coleta de assinaturas, e que vê boa vontade das lideranças de diferentes igrejas em ajudar o presidente.

‘Não vejo nenhum problema. Eu ajudarei, se for convocado. Se precisar, eu ajudo com alegria’, disse Silas Câmara.

Com tom menos efusivo, Samuel Câmara, irmão de Silas Câmara e líder da Assembleia de Deus de Belém, por sua vez, também se disse disposto a ajudar Bolsonaro na criação do partido, mas deixou claro que os evangélicos ‘jamais perfilarão em um só partido’ e que qualquer gesto não significará apoio incondicional ao governo ou ao presidente.

‘A igreja é também um grupo social que tem vontade política. E, no quebra-cabeça de hoje, as pessoas que gostam do Bolsonaro vão acompanhar isso. E elas estão dentro da nossa igreja. Então, não criaríamos dificuldade. Mas não faria disso uma bandeira (política).’

O Aliança pelo Brasil anunciou, no último domingo no Twitter, que começará nesta semana a coleta de assinaturas para sua fundação. O desafio é o prazo curto no calendário: a sigla precisa de todas as assinaturas até 4 de abril do ano que vem para ter o registro homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e assim lançar candidatos aos cargos de prefeito e vereador.”

A coisa é tão nefasta que até Silas Malafaia, aquele mesmo que vendia “unção financeira dos últimos dias (mas que até agora não foi entregue)” por R$ 900,00, que prometia a compra da casa própria em troca da doação, para ele, do valor de 1 aluguel e que chamou de trouxas aqueles que ofertam a Deus por amor, foi contra essa maracutaia toda em nome de Deus:

“Ficam aí uns puxa-sacos querendo fazer graça para ganhar cartaz, gente que quer aparecer na mídia, então tem que arrumar uns negócios para aparecer”. (fonte: Coluna do Chico Alves – UOL)

Se até o Malafaia, que indica candidatos a vários cargos políticos, está chamando de NEGÓCIO essa união entre igrejas evangélicas para a obtenção de assinaturas para o partido que Bolsonaro vai chamar de seu, quem somos nós para contrariar?

ISSO É COISA DE DEUS???

E o mais triste de tudo: essa anatemática união de igrejas evangélicas ocorre justamente próximo à comemoração do nascimento Daquele que veio ao mundo para nos trazer uma mensagem totalmente diferente: de amor a Deus e ao próximo, de busca de santidade, de negação ao Eu e aos interesses do Eu em prol do cuidado dos necessitados e marginalizados.

Infelizmente, eu e você não veremos as grandes emprejas se unindo neste Natal para fazer algo em prol da comunidade. Mas as veremos unidas, usando o espaço de culto em igrejas e eventos ditos gospel para induzir os fiéis a se filiarem ao tal partido. Nós as veremos unidas em prol da concretização de seu projeto de poder político terreno. O culto a Deus será roubado e transferido em muitos lugares, nessa época de Natal, para um culto ao partido Aliança pelo Brasil, e o sacrifício exigido por esse mito/ídolo/deus é a assinatura num formulário que nem precisa ser lido, apenas assinado, assim obedecendo cegamente à ordenança do representante de deus aqui na terra, daquele que não pode ser criticado para não se cair no pecado de “rebeldia”, afinal detém o pomposo título de pastor/bispo/apóstolo/patriarca/querubim semideus ungido.

E essas igrejas, ou melhor, emprejas ainda têm coragem de falar mal de Constantino! HIPÓCRITAS!!! DIABÓLICAS!!!

Sai dessas Babilônias, povo Meu!

Quer fazer e/ou participar da política? Faça e participe, só não coloque o Santo Santo Santo Nome de Deus no meio dessa sujeirada toda.

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Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.
Romanos 8:19

Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras.
Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene! 
Foi a mim que vocês trouxeram sacrifícios e ofertas durante os quarenta anos no deserto, ó nação de Israel?
Não! Vocês carregaram o seu rei Sicute, e Quium, imagens dos deuses astrais, que vocês fizeram para si mesmos.
Por isso eu os mandarei para o exílio, para além de Damasco”, diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos é o seu nome.
Amós 5:23-27

Que o Espírito de Deus traga a verdadeira essência do Natal aos nossos pecaminosos corações, e que essa essência se traduza em atos de Amor, de Coragem e de Justiça.

 

Voltemos (não é votemos!) ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

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Expo Cristã 2019: o verdadeiro espetáculo de horror

Neste ano, quem visitou a Expo Cristã se deparou com zumbis, bruxos, monstros, bonecos ameaçadores e muitas caveiras. Isso porque a feira de negócios gospel se instalou no Anhembi, no Pavilhão 1, enquanto que no Pavilhão 2 ocorria a Feira Horror 2019, onde se lembravam dos clássicos de horror no cinema, televisão, games e cultura pop.

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Mas o verdadeiro horror pudemos ver foi dentro da própria Expo Cristã. E ele começou na quinta, dia da Cerimônia de Abertura, anunciada com toda a pompa e circunstância com a ilustre presença do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro.

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Enfim, éramos quatro usando as camisetas do “Voltemos ao Evangelho puro e simples, o $how tem que parar”. Chegamos às 7:45h, uma vez que pelo anúncio o evento começaria às 8h. Lá chegando, poucas pessoas esperavam a abertura do portão principal. E, ao lado, a já conhecida “Sala Vip”, uma porta que leva a um espaço que só pode ser acessado por pastores renomados e políticos.

Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. – Romanos 2:11

Ficamos entre a porta principal e a porta vip. O portão principal se abriu, as pessoas foram entrando e chegando. Aos poucos os vip também foram chegando, em bem menor quantidade. Quem era vip de verdade entrava rapidamente, nem precisava se apresentar. Quem não era mas queria ser ficava um tempão na fila tentando argumentar, e por fim desistia e entrava pelo portão dos meros mortais.

Passado um tempo, entramos (pelo portão dos pobres, é óbvio!). A Cerimônia de Abertura ocorreria no fundo da feira, num palco que construíram para os shows gospel que haveriam durante todos os dias. Lá também havia um setor vip, devidamente cercado com grades, coberto por tapetes vermelhos e ostentando cadeiras de metal trabalhado com assento almofadado. Fora desse setor, os pastores pobres tinham a seu dispor as velhas e conhecidas cadeiras de plástico de sempre em cima do carpete preto.

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Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores. – Tiago 2:9

Logo percebemos que os organizadores esperavam muito mais gente do que realmente veio. O tempo passava e o espaço não lotava. Em certo momento, surgiu uma multidão de pessoas, uma comitiva gigantesca que devia prenunciar o “deus” dessa feira: eram os “acompanhantes” do Prefeito de São Paulo Bruno Covas, a maior autoridade política ali presente, já que os organizadores “levaram um chapéu” do Presidente Bolsonaro. Nem o Governador “arroz de festa gospel” João Dória compareceu. Assim, restou à multidão se apegar ao prefeito.

Mesmo com baixa lotação, às 10 horas finalmente a tal cerimônia começou. Foi uma mistura de Santo e Profano. Houve um vídeo evangelístico, um quarteto e uma orquestra com músicas de louvor, mas também houve uma cantora que parecia mais querer mostrar seu potencial vocal do que efetivamente louvar, além dos cansativos discursos de pastores e políticos, com seus eternos “agradeço a fulano, sicrano, beltrano blablabá”,

Mas o Profano se sobressaiu sobre o Santo.

No vídeo a seguir, temos algumas cenas da Cerimônia de Abertura. Fica bastante claro quem era o “senhor” naquele lugar.

O ápice do evento foi quando o Presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo Eduardo Tuma (não confundir com o Eduardo Cunha, como o fez o Bispo Rodovalho) anunciou três atos da Prefeitura e da Câmara com isenções em favor das igrejas evangélicas. Foi o momento em que o público aplaudiu mais. E o terceiro ato, que versava sobre o perdão de todas as dívidas de construção e regularização de igrejas evangélicas a partir de 2014 beneficiava especialmente a Igreja Universal do Reino de Deus, do Bispo Edir Macedo, cuja construção do Templo de Salomão – inaugurado em 31 de julho de, obviamente, 2014) estava imersa em irregularidades.

Só para você sentir o tamanho da coisa:

“A construção do Templo de Salomão levou a Igreja Universal do Reino de Deus a empenhar mais de R$ 680 milhões na obra, e agora, a denominação do bispo Edir Macedo pode ser obrigada a arcar com mais R$ 100 milhões de multas cobradas pela prefeitura de São Paulo.” – Fonte: Gospelmais

Enfim, é ou não é para aplaudir de pé, igreja?

O discurso com todas essas isenções e rapapés está no vídeo que indicamos acima. O dinheiro DEVIDO que essas igrejas deixarão de pagar à prefeitura não será revertido para melhorias na saúde, educação, acessibilidade, segurança, moradia e manutenção da cidade. Mas, em troca, o Prefeito Bruno Covas e os Vereadores como Eduardo Tuma já terão os votos dos fiéis garantidos nas eleições do ano que vem.

Mas não só de política vive o Reino do Gospel. Também teve propaganda de banco. No caso, o Banco Santander que, como bem lembrado pelo Nei, no ano passado foi demonizado por esses mesmos (im)pastores por ter patrocinado a exposição Queermuseu. Por conta da polêmica na época, muitos pastores e crentes encerraram suas contas no banco para boicotá-lo.

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Mas, passado um ano, o Santander se “santificou” ao apoiar financeiramente a Expo Cristã, teve seus pecados perdoados pela distribuição de dinheiro e agora é a instituição financeira recomendada para gerenciar as contas das igrejas evangélicas do Brasil.

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A Expo Cristã, neste ano, teve muito menos expositores e ocupava um espaço muito pequeno. O que fez algum volume foram as atrações “Arca de Noé”, “Coliseu” e outras. No mais, pouquíssimas livrarias, muitas lojinhas de roupas e bugigangas gospel, uma concessionária com carros de luxo, uma empresa de Inteligência Artificial. Não havia os estandes do Malafaia, Marcos Feliciano, Estevam Hernandes e outros que costumam ser figurinha carimbada nesse evento. A coisa estava bem “pobrinha”, embora gospel que é gospel não pode admitir uma derrota dessas.

Voltamos à feira no sábado para desfilar com as frases em nossas camisetas, e como é o mais do mesmo não vale a pena comentar. Só lamentar.

Concorda conosco que o verdadeiro horror estava no Pavilhão 1 e não no Pavilhão 2?

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Que Deus nos abra os olhos para a Verdade.

Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

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Ofertas ou investimentos: sobre a arrecadação nas igrejas

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Antes de iniciar este artigo, sugiro que assista ao vídeo a seguir (apenas 24 segundos):

Sempre que buscam por apoio financeiro, as igrejas apelam para versículos bíblicos com as palavras “dízimo” e “oferta”. Por serem expressões bíblicas, soa como um ordenamento o fato do fiel transferir parte (ou todo, dependendo da “campanha” – exemplo Fogueira Santa da IURD) do seu salário ou patrimônio como doação para instituições religiosas. Porém, em muitas igrejas o objetivo bíblico dessas doações não é observado (servir aos irmãos mais necessitados), sendo os valores arrecadados investidos na reforma e construção de catedrais nababescas, na compra de jatinhos, iates, helicópteros, haras, fazendas, empresas, bancos, enfim, no enriquecimento pessoal dos seus líderes.

Como o objetivo dessas igrejas não é converter o pecador, mas fidelizar fiéis financiadores, o ensino do porquê dos dízimos e ofertas também é adulterado. Biblicamente falando, o dinheiro deve ser usado para ajudar os necessitados e, como necessitados que são, não poderão retribuir ou devolver o valor doado. Sim, biblicamente falando o dinheiro ofertado é literalmente uma doação, ou seja, uma cessão sem se esperar retorno, sem se esperar nada em troca. Essa lição só quem se converte verdadeiramente a Deus pode compreender, pois deixa de buscar benefícios para si para se alegrar em beneficiar o próximo.

Porém, os fiéis financiadores fidelizados não recebem ensinamento bíblico que promova neles uma conversão de mente. Assim, continuam com a mesma mentalidade de antes de frequentar a denominação. E essa mentalidade é a reinante no mundo: o importante é lucrar, é se dar bem, é ser mais esperto, é ser melhor do que o outro, é ter e não ser. E, com essa mentalidade, uma pessoa não consegue entender que precisa perder algo para ajudar a outra pessoa. Mas entende – e muito bem! – que só vale a pena perder algo se isso for por pouco tempo e com a promessa de remuneração maior mais adiante.

Peço licença para que assista a mais um vídeo antes de continuarmos este artigo (apenas 1 minuto e 27 segundos):

O (im)Pastor Silas Malafaia, mesmo com bigode, já não tinha papas na língua e expôs, de forma bastante clara, os ensinos dessas igrejas fidelizadoras de fiéis financiadores. Para ele, quem oferta biblicamente, sem buscar nada em troca além de agradar a Deus é “trouxa”. E trouxa é sinônimo de mané, idiota, otário e bobo (outras expressões muito usadas por esse impastor para tratar seus adversários de forma pejorativa) e de pessoa que é facilmente enganada, segundo o site Significados.

Mas voltemos ao primeiro vídeo, com o Apóstolo (?) Valdemiro Santiago da Igreja Mundial do Poder de Deus. Nesse vídeo, bem mais recente do que o do Malafaia, o líder já não usa a expressão “oferta”. Fala em “investimento”, palavra que, em si, já traz todo o significado que tanto agrada a fiéis financiadores: a promessa de ter um retorno financeiro superior ao valor inicialmente investido num negócio. E isso é esperado num “negócio”, não numa igreja.

Mas essa é a mentalidade do mundo. Por essa mentalidade, milhões são ganhos e milhões são perdidos diariamente. Pessoas investem suas economias numa financeira que oferece taxas mais altas do que a concorrência, mas não se importam com os riscos, já que só têm olhos para o retorno prometido. É um jogo onde os espertos ganham e os demais saem perdendo. E, aplicado nas igrejas, é um jogo onde os que têm mais fé (os impastores) ganham mais e os que têm menos fé ($) ganham menos ou nada ganham.

Peço licença para um último vídeo (apenas 3 minutos e 31 segundos):

O Apóstolo (?) Estevam Hernandes começa ameaçando o fiel: “você vai querer viver de migalhas? Você vai querer ficar nessa situação?”, sendo que pouco antes ele dava o exemplo de um fiel que, mesmo desempregado, se virou para conseguir o dinheiro para a oferta. Afinal, se não tem dinheiro, que peça emprestado. Mas tem que ofertar para sua Igreja Renascer em Cristo para então conseguir que o líder religioso coloque a “unção” (que obrigaria Deus a escancarar as janelas do céu) sobre o fiel. E, aproveitando sua experiência anterior como vendedor, Estevam Hernandes trabalha com contagem regressiva de unção, para dar a impressão de que a oferta imperdível está acabando e assim forçar a quem possa ter alguma dúvida a correr para o telefone e finalizar o negócio com a empreja.

Sim, empreja. Essas não são igrejas. São emprejas.

Deus, o Verdadeiro, não se compraz com a venda do Seu Santo Santo Santo Nome. Jesus, o Cristo, tratou a chicote os que mercadejavam no templo.

Deixo algumas passagens bíblicas para reflexão:

A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. –  Tiago 1:27

Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.
Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas. – 1 Timóteo 6:6-12

E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.
Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra;
Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres;a sua justiça permanece para sempre. –  2 Coríntios 9:6-9

Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum.
Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um.
Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração,
louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação. – Atos 2:44-47

Se você está fazendo “negócios com deus” por ouvir os falsos ensinos de algum pastor, arrependa-se, saia dessa Babilônia e converta-se inteiramente a Cristo. Oferte por amor numa igreja que cumpra os princípios do Evangelho. Ajude aos necessitados, àqueles que não poderão lhe recompensar. E estará juntando tesouros no céu.

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz;
Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. – Mateus 6:19-24

As emprejas são as igrejas de Mamom. Não sirva ao senhor errado.

Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

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De Lula a Bolsonaro: 10 anos em que as lideranças evangélicas, em busca de benesses, apoiaram quem estava no poder

 

 

Há exatos dez anos, publicávamos um artigo denunciando a sanção do Dia da Marcha para Jesus pelo então Presidente Lula, agradando aos líderes evangélicos (em especial ao casal Hernandes da Igreja Renascer em Cristo, na época recém chegados de uma longa estadia nos Estados Unidos onde cumpriram pena por entrar no país com dinheiro não declarado – inclusive dentro de uma Bíblia). Era 2009, e estávamos profundamente indignados com isso e outros fatos, e pela Graça de Deus naquele ano, dois meses depois, o MEEB participou de sua primeira Marcha para Jesus portando faixas e camisetas com dizeres de exortação e a frase “Voltemos ao Evangelho puro e simples, o $how tem que parar!”.

Sim, já naquela época havia um movimento das lideranças evangélicas, especialmente as neopentecostais, de buscar alianças políticas. Mas não qualquer aliança, mas com o mandatário maior da nação, na época o Lula.

É engraçado perceber que, anos antes, Lula havia sido literalmente satanizado pelos neopentecostais que em 2009 o bajulavam. Nos púlpitos dizia-se claramente que o Lula era do diabo, o que levava a crer que seus adversários diretos, seja Collor, seja posteriormente Fernando Henrique Cardoso, eram as escolhas divinas. Porém, quando Lula passou a ter chances reais de vitória, aí “deus” o libertou das garras do diabo e o considerou digno do apoio dos evangélicos. Esse apoio durou seus 2 mandatos e seguiu no apoio à Dilma, sua sucessora. Só que Dilma, quando no segundo mandato demonstrou certa fraqueza política. Nesse momento, perdeu o apoio evangélico para o então vice Michel Temer. E, da mesma forma, Bolsonaro herdou o apoio gospel por estar na liderança e ser o símbolo da luta com o diabo do Partido dos Trabalhadores (sim, na cabeça dos líderes evangélicos Lula ora é do diabo, ora é de “deus”, dependendo das circunstâncias).

Não é nosso objetivo julgar politicamente FHC, Collor, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. Todos eles são políticos, têm seus ideais e fazem alianças para alcançar suas metas políticas. Nosso objetivo é julgar o discernimento dos líderes evangélicos, que ora apoiam candidatos de esquerda, ora de direita, ora de centro-esquerda. Como no momento o apoio é para a direita, demonizam a esquerda. Mas ontem, quando a esquerda estava no poder, era vontade divina e digna de apoio total.

Engana-se quem pensa que esses líderes evangélicos agem por discernimento espiritual. O único discernimento que seguem é a quantidade de benefícios que podem abarcar. Assim, ganharam Dias da Marcha para Jesus, concessões de rádio e TV, terrenos privilegiados para a construção de templos, isenção de impostos, passaportes diplomáticos, presença vip em camarotes do 7 de Setembro, patrocínio para feiras de comércio gospel, espaço nas emissoras abertas de TV e jornais, etc.

Há 10 anos, um pequeno grupo se indignou contra tudo isso e demonstrou sua indignação silenciosamente com faixas e camisetas. Mas, 10 anos depois, tudo continua igual, os mesmos líderes posam de papagaio de pirata nas fotos com presidentes e outras autoridades, elegem seus deputados e senadores para votar os assuntos de seu interesse e riem daqueles que, como João Batista, os chamam daquilo que realmente são: raça de víboras!

Não se engane. Se, daqui há alguns anos, houver uma reviravolta política e Lula ou o PT voltarem ao poder, esses mesmos líderes que antes os demonizaram, depois os adularam e há pouco novamente os satanizaram, passarão a vê-los mais uma vez como “homens de deus”, afinal quem alcança o poder pode ajudar muito seus aliados – mesmo os de última hora, como costumam ser os (im)pastores. E se amanhã ou depois Bolsonaro for deposto ou cair no ostracismo, esses mesmos religiosos que hoje o consideram “representante de deus” dirão, na cara dura com óleo de peroba ungido, que nunca o apoiaram – e se empoleirarão no ombro do político que o suceder. Esse é o (mau) caráter dessa gente que cospe na Cruz o luxo, a fama, o poder e o dinheiro que conseguem vendendo a história de um tal Nazareno que nunca conheceram realmente.

Nossa certeza e esperança é que de Deus não se zomba.

Que Ele abra os olhos do Seu Povo, e que Lhe dê coragem e ousadia para denunciar e resistir ao mal.

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Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

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A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

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O verdadeiro Reino de Deus

Culto do Ku Klux Klan na igreja metodista

Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai. – João 14:12

Estamos vivendo dias catastróficos nas relações entre as palavras “poder” e “religiosidade”. Não falo só de Brasil. Vivemos isso em caráter mundial.

Logicamente, diante do que vemos e ouvimos diariamente no Brasil dá-se a impressão de que tudo está centrado em nosso redor. As questões sociais, políticas e econômicas relacionadas com a religião parecem ser o tema. Por exemplo, as relações de Trump vão muito além do que simplesmente política econômica. Seu descontentamento com a China não é somente comercial, mas sim pelo fato da China ter aliados no mundo árabe/muçulmano.

Esquecemo-nos de que estamos numa era globalizada, e a globalização tem seus prós e contras. E o que estamos vivenciando é que, para muitos, não há uma diferenciação entre os valores deste mundo e o Reino de Deus.

Jesus, o Verbo que se fez carne e habitou no meio de nós, usou cada um dos seus dias para demonstrar que o Reino de Deus é bastante diferente dos reinos e poderes deste mundo.

Jesus nasceu em meio a uma grande transformação social, política e econômica no seu mundo. Jesus viveu sobre o peso de um império dominante e de suas influências. E Jesus nasceu e viveu dentro das relações entre a religiosidade e esses poderes dominantes, diante dos resultados desses conflitos.

A pobreza, o massacre de vidas, as doenças, a fome que eram muitas vezes ofuscados pelo luxo do império e da igreja não lhes era oculto aos olhos. Ao contrário, tornaram-se terreno fértil para sua grande missão, que é salvar e libertar o povo sofrido.

É preciso entender que o Messias representa o Reino dos Céus. Isso significa dizer que o Seu Reino não é o deste mundo, pois seus valores e suas essências não se fundamentam no que é terreno. Por isso, Suas verdades foram tão controversas. Ele simplesmente viveu o Reino dos Céus a cada dia.

Cada palavra, cada ato visavam o Reino de Deus.

Temos inúmeros fatos descritos nas Sagradas Escrituras que demonstram que Jesus, realmente, não era deste mundo. Posso citar a questão envolvendo a mulher adúltera. Ele não contrariou a Lei, não usou nenhum poder sobrenatural. Simplesmente usou daquilo que lhe era maior: Ele foi o Messias.

Ao perguntar “quem não tem pecado, que atire a primeira pedra”, Ele trouxe aos homens um grande reflexo, como num espelho, do Reino de Deus e o mundo.

O Reino de Deus está sempre em conflito com os nossos valores e com os nossos sentidos.

O mundo vive em sentido contrário ao Reino de Deus. Muitos seres humanos nada sabem do Reino de Deus, porque, infelizmente, até mesmo a igreja e suas lideranças não representam esse Reino. O que vivenciamos há séculos contraria as essências do Reino de Deus.

Jesus é o verdadeiro exemplo para aqueles que querem viver o Reino de Deus, e a única forma de ter esses ensinamentos implícitos em nossa vida cotidiana é viver como Ele viveu.

A grande pergunta é: como isso seria possível em um mundo onde a lógica é viver para mim mesmo?

A igreja não consegue transformar as palavras de Jesus em algo penetrante, que leva a sociedade a viver uma verdadeira transcendência entre o céu e a terra.

Conheço muitos que, há décadas, frequentam uma instituição religiosa, mas até hoje não conseguem praticar o perdão ou um ato de misericórdia. Infelizmente, o que tem sido pregado em muitos púlpitos não são os exemplos de Cristo, mas sim resumos de teologias sistemáticas segundo teólogos locais. Há uma infinidade disso. Saímos de nossos lares, vamos a uma igreja para ouvir sínteses teológicas de pastores, carregadas de cunho e sentimentos pessoais, alicerçadas sobre interesses denominacionais, tudo assinado em nome de Jesus.

O resultado disso tudo é o que temos visto: pessoas ditas cristãs defendendo a tortura, a morte, a violência, o ódio, a destruição do meio ambiente. Pessoas que não admitem, em hipótese alguma, serem confrontadas com os exemplos de Jesus.

Quando citamos algum texto bíblico onde Jesus pratica o amor, a solidariedade, a misericórdia, muitos até se ofendem. Já tive que ouvir uma vez que Jesus era socialista.

Não, Jesus representa o Reino de Deus.

É nisso que se fundamentam os Seus atos.

Jesus não confrontou o César, porém não o adorou. O Seu alvo era o Reino de Deus.

Tenho visto e me entristecido muito com muitos pastores mais preocupados em ensinar a Constituição do que a própria Bíblia. Para muitos, dá muito mais lucro defender o governo do momento do que as verdades bíblicas. Porém, muitos se esquecem que, para aqueles que querem viver o verdadeiro Reino de Deus, é preciso negar o reino e os poderes deste mundo.

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Jesus disse que não podemos servir a dois senhores. É preciso fazer a escolha.

A qual Reino queremos servir?

Lembrando sempre que somente Um nos levará ao Céu.

Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

Paulo Siqueira
(um candidato a servo inútil)

 

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